sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Eis as temerosas casas
Perífrases de estradas
Rumos infernais que a nada levam
Foram vencidos para aqui se chegar
Aqui brincamos às escondidas
Buscaríamos já lugar seguro
Para ocultarmos a infância
Das eclipses do tempo?
E aqui a broa o gado o leite
As primeiras raparigas
A memória e sobretudo a infância
O adro da igreja os cães a urze
As uvas vindimas desfolhadas
Nozes varejadas o mata
As correrias as bicicletas
Os primos e tios
Naquela aldeia – era estranho
Que ela fosse o museu da infância

Nuno Rocha Morais

Sem comentários:

Enviar um comentário

As contracções, A ira de Deus, O sangue da maçã mordida, A serpente enroscada No pescoço que aperta E aperta, A fractura da identidade, A de...