Perífrases
de estradas
Rumos
infernais que a nada levam
Foram
vencidos para aqui se chegar
Aqui
brincamos às escondidas
Buscaríamos
já lugar seguro
Para
ocultarmos a infância
Das
eclipses do tempo?
E
aqui a broa o gado o leite
As
primeiras raparigas
A
memória e sobretudo a infância
O
adro da igreja os cães a urze
As
uvas vindimas desfolhadas
Nozes
varejadas o mata
As
correrias as bicicletas
Os
primos e tios
Naquela
aldeia – era estranho
Que
ela fosse o museu da infância
Nuno Rocha Morais
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