domingo, 28 de julho de 2024

Sou um ponto de indefinido

Situado nas encruzilhadas da alteridade,

Sou barco sem nome

Rasgado pelos cantos de emoções,

Pelas promessas de coração.

Há uma voz que me chama

Do fundo do rumo

Mas há o trânsito da confusão

Que me impede de partir

E encontrar essa voz.

Houve desde sempre demasiadas janelas,

Demasiados sóis, demasiadas ruas.

Todos os homens precisam de ter

Uma pequenez maior que o seu tamanho

Para que haja uma grandeza nos seus sonhos.

A minha grandeza é demasiado densa

Para que eu possa achar o vento da bússola.

Será a morte o meu encontrar-me?


Nuno Rocha Morais

poemas dos dias (2022) 

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