Sou um ponto de indefinido
Situado nas encruzilhadas da alteridade,
Sou barco sem nome
Rasgado pelos cantos de emoções,
Pelas promessas de coração.
Há uma voz que me chama
Do fundo do rumo
Mas há o trânsito da confusão
Que me impede de partir
E encontrar essa voz.
Houve desde sempre demasiadas janelas,
Demasiados sóis, demasiadas ruas.
Todos os homens precisam de ter
Uma pequenez maior que o seu tamanho
Para que haja uma grandeza nos seus sonhos.
A minha grandeza é demasiado densa
Para que eu possa achar o vento da bússola.
Será a morte o meu encontrar-me?
Nuno Rocha Morais
poemas dos dias (2022)
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