Ao crepúsculo, as casas empalidecem,
Preparando-se para a longa travessia da noite,
Despedem-se com os últimos fulgores das vidraças do sol.
Registo coralífero à luz moribunda,
As casas crescem agora por dentro,
Agitam-se de vozes e crianças,
São inundadas por odores,
Abrem as paredes à lembrança.
Que vidas escondem?
As casas tudo calam,
Libertando, quando consentido,
Monossílabos de janelas abertas ou portas
Ou roupas dispostas ao calor.
São assim as casas, fiéis,
Calorosos túmulos da vida.
Nuno Rocha Morais
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