Do milagre que as tuas mãos sabiam ser,
Saudades de ser possível pensar
Na possibilidade das coisas que não vivemos,
Saudades do teu calor no meu casaco
E de um frio que não mais terei,
Saudades de uma chuva que ouvi contigo,
De livros na tua voz,
O sal vagamente lírico de uma tristeza
Que se foi tornando mais obscura,
Que se adensou e não passa.
Saudades de uma cidade,
O mar, o rio e a bruma,
Saudades do teu beijo misturado
Com vinho quente, ou chocolate, ou canela
Saudades do meu nome na tua boca,
O nome que, agora, cansado, de flanco,
Morre algures em ti.
Nuno Rocha Morais
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