domingo, 14 de janeiro de 2024

 Por cada minuto, agradecer-te,

Agradecer-te por teres atravessado,

Alheia a qualquer pavor

Esta paisagem de guernicas,

Esta paisagem onde outros caminhos,

Se mostravam e te acenavam,

Mas tu seguiste sempre, sempre,

Para onde lancinante era o não haver luz,

Seguiste tornando aves as nuvens já peso,

Tornando as aves já não figuras de fuga,

Mas sim gargalhadas tilintantes

E o céu, vasta leveza

E as guernicas, promessas de searas,

Fontes, filhos, frutos.

Chegaste e seguia-te uma paz,

Rutilante alento.


Nuno Rocha Morais

Sem comentários:

Enviar um comentário

As contracções, A ira de Deus, O sangue da maçã mordida, A serpente enroscada No pescoço que aperta E aperta, A fractura da identidade, A de...