segunda-feira, 20 de março de 2023

Árvores

Mudam sem nunca se esquecerem

Do que foram, do que serão

Do passado que voltarão a ser

Reencarnando-se em si mesmas, 

Folha por folha, sem repetição,

Em cada anel somado ao tronco.

Temem tanto a primavera como o outono –

Não temem na sua tolerância tenaz,

Na sua constância consciente e desconhecida.

Agora, são um animatógrafo 

De folhas, de pássaros, de ventos menores.

Mudam, mudaram, voltarão a mudar,

Sem nunca se perderem,

Inteiramente conscientes

Na morte e na vida.


Nuno Rocha Morais

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