Os números que recusam a placidez (do certo,)
Desencontrados, vagabundos,
Os números insones que fiam as longas horas
Em que se pensa neles.
É só uma conta, uma só,
Que representa, no entanto, todo o desassossego,
Não aquele do Bernardo Soares,
Deambulante nos seus horrores metafísicos,
Mas o desassossego com que o dia se levanta
Do seio da sua noite
Para nos apresentar mais outra conta,
Logo que esta esteja resolvida.
A conta.
Palavras a Deus. E Deus dá-nos também
Uma conta para resolver.
Nuno Rocha Morais
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