quinta-feira, 18 de novembro de 2021

                                                                                                 (Para o Daniel Faria)

 

Vieste para dizer da magnólia em nós,

Para mostrar um modo à floração delicada,

Cega, e, porém, persistente.

Vieste para iluminar os sinais

De que somos passageiros –

Degraus, botões, casulos,

O chamamento da chuva,

O passo das estações.

Vieste, breve, discreto,

Apenas o tempo necessário

Para em cada mão, em cada concha,

Deixares uma semente de magnólia.

Espera. O abrir-se de cada mão

Descerrará o céu e o mar – espera.

 

Nuno Rocha Morais


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