Lanço os dados da navegação
Para o centro das eras invioladas
O longe é o continente mais imenso
Albatrozes poucos nítidosInformes suspiros de nuvens
Rasgam a sorte
Que tempo levantam que safra
Que destino?
É um oceano que me cega
É este ar imenso livre caverna
És tu que aí te escreves
Cuneiforme doçura
É para aí que a terra se concentra
Numa ilha num pais
É para aí chegar
Que atravesso o erro das estrelas
Apontando apenas as coordenadas de mais vazio
E para aí chegar que atravesso estas sombras
Heras eternas culpa da superstição
Venço-me para te vencer
Tu és toda a tenebra e tormenta
Todo o vácuo que ao dar-se tira
Tira o fôlego da alma
E assim que se começa a morrer
E as velas deixam cair a brancura
Atravesso toda a confusão da bússola
O norte o sul o este o oeste
Moram-me nas raízes dos músculos
Os meus braços são o vento a bonança
Só vencendo-me eu te posso vencer
Navego para a tua nascente
Leito da terra édito do sol
Penetro na louca mente abissal
Aventura dos teus olhos
E chego enfim à palavra do teu corpo
Todo o sal na boca
Desvelo a palavra do teu corpo
Novo Mundo
Nuno Rocha Morais
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