Dizem os físicos que o espaço-tempo é um bloco –
Que passado, presente e futuro estão já dispostos
Para entrarmos neles.
Como demonstração, um nome regressa do teu passado,
O nome que deste a noites felizes –
Uma inconfidência secreta,
Que te deixa secretamente nua
E a mim, ou por existir num limbo qualquer
Ou discretamente morto
Às mãos de um passado que não morre nunca,
Mas nos ronda, rapace,
Farejando já a carcaça futura
Na carne ferida, de tão presente.
Um nome que ondeia nos teus lábios
E lhes dá a forma de um mar longínquo,
Banhando uma praia invisível –
Ou um corpo.
[Um nome acaba por ser uma equação,
Uma fórmula, um mapa,
O sinal vedor sobre um lençol de água.]
Nuno Rocha Morais
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