Que sei eu do passado?
Só o que em mim há de presente.
Não posso olhar para trás,
Parar para ver que estou construído
Sobre tudo o que perdi,
Parar para ver quem morreu,
Quem amei, quem foi,
Parar para traçar na memória
Todos esses nomes, agora irreais,
Vultos, sombras líquidas, sonhadas.
Não parar sequer para dizer hoje,
Não parar sequer para pensar
Que a manhã é apenas mais um sol-posto.
Nuno Rocha Morais (Galeria)
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