Sou tão comum que o meu sangue
É absolutamente neutro,
Sem nada de alquímico.
A minha vida enleia-se
Nos sinais de uma morte paciente
E jamais os meus sonhos se evadirão
Dos contornos do quotidiano.
Sou um viveiro de mistérios convencionais,
Uma criatura de rotinas,
Sem perplexidades e ousadias,
Não deixo rasto.
Só o amor por ti,
Este de que nem sequer precisas,
Este que nem sequer te ensina a respirar,
Me torna precioso, singular, irrepetível.
Nuno Rocha Morais
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