Animando sombras e
colorindo-as;
Ainda bem que nenhuma
feição das crianças
É de pedra, trazendo
dos rostos
A verdura das manhãs;
Ainda bem que nada nas
crianças é real,
Ainda bem que as crianças
não têm nome,
Tendo um nome comum, o
da infância.
Ainda bem que as crianças
são respirações
De planetas distantes,
Aparentemente impermeáveis
à orbita de orvalho da vida,
Ainda bem que as crianças
têm nos dedos
Todos os gestos possíveis.
E que dor imensa ver as
crianças atiradas
Para o fluir ígneo da
estrada.
Nuno Rocha Morais
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