O poema mais belo do século XX
Escreveram-no os generais da I Grande Guerra,
Com tropos como Verdun, Sounne, Paschandele,
Cavalos-de-frisa e o som do apito para o ataque,
Apenas o gás vivo na terra-de-ninguém,
A manhã que matou Wilfred Owen
No canal de Oise-Sambre.
As potencialidades fónicas
Cenográficas, pictóricas, expressivas da morte
Nunca foram tão bem exploradas,
Não se escreveu poema mais rico,
Tantas são as intertextualidades
Com as últimas palavras de nove milhões de homens,
O Génesis reescrito.
Nenhum verso tem a veemência
O poder expressivo do "shrapnel".
O poder expressivo do "shrapnel".
in "Galeria" de Nuno Rocha Morais
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