domingo, 1 de outubro de 2017

Os espelhos dissecam-me.
Perco-me, perco-me
Como um relâmpago
Entre as palavras azuis da noite,
Perco-me no teu olhar chuvoso,
No teu corpo de nuvem voluptuosa,
Perco-me quando durmo,
Nos sonhos que me acordam,
Perco-me no sul dos pássaros
E na teia dos caminhos.
Perco-me na música
Que me dissolve,
Perco-me na terra
Que roda nas estações,
Perco-me e nem o meu nome
Será bastante para me encontrar.

Nuno Rocha Morais

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