“O amor?
Não me fale de luxos,
Por
favor. Não tenho tempo
Para
pássaros e estrelas.
Não
tenho quem me ajude sequer
A abrir
um saco plástico,
Quanto
mais para me encher o coração.
Se
escorregar na banheira,
É
possível que ela se torne a minha sepultura
E que só
um arqueólogo me encontre,
Ou algum
vizinho mais extremoso
Incomodado
com o fedor.
E quem
me suportaria?
Ou como
admitiria eu em mim
Alguém
mais presente do que eu?
Não, já
dobrei o cabo dessas ilusões.
Não me
quero partilhar com mais ninguém –
Até
porque não há nada para partilhar.
Acredite
em mim: eu sei.
Tenho a
idade da noite.”
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