Eu decidi ir ser feliz com os outros,
Decidi tentar ver neles e eles em mim
Essa criança que chora,
Tenra forma de gente,
Quase ninguém ainda.
Eu decidi que ninguém ficaria
Na soleira do esquecimento,
Insultado pelo Dezembro que sulca as ruas.
Eu decidi que haveria um Natal maior
Que as árvores e os presépios e os presentes
E a bondade obrigatória, forçada, engolida.
Eu decidi que o Natal seria um gesto
E não um programa inerte, pendente.
Eu decidi moldar o coração
Num amor para todos
Porque o Gonzaga sabia:
“Eu tenho um coração maior do que o mundo”.
Eu decidi ser fiel à estrela
Sufocada no céu convulsionado
Por tantas outras luzes.
Eu decidi ser fiel e seguir a estrela
Esquecida,
Atraiçoada.
Nuno Rocha Morais
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