Às vezes, queria traçar o percurso
De estar perdido de qualquer saber,
De já não nomear nada a partir do que sei,
Fixar a têmpora da manhã
E não reconhecer, de ignorar
Todos os gritos dos mudos sinais,
Apagar mapas, dissolver álgebras,
Partir leis contra a ignorância
Ou contra o exótico assombro
De uma excepção, de um descaminho.
Às vezes, perco-me,
Longe da pauta dos passos,
Apenas regido pelo êxtase desesperado
De estar perdido.
Às vezes, perco-me no tempo,
Mas em tempos infantis,
Pois possuo sempre saber suficiente
Para me recortar da branca desorientação
E regressar aos mapas dos nomes
E dos sinais.
Nuno Rocha Morais
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