domingo, 15 de setembro de 2024

 

Às vezes, queria traçar o percurso

De estar perdido de qualquer saber,

De já não nomear nada a partir do que sei,

Fixar a têmpora da manhã

E não reconhecer, de ignorar

Todos os gritos dos mudos sinais,

Apagar mapas, dissolver álgebras,

Partir leis contra a ignorância

Ou contra o exótico assombro

De uma excepção, de um descaminho.

 

Às vezes, perco-me,

Longe da pauta dos passos,

Apenas regido pelo êxtase desesperado

De estar perdido.

Às vezes, perco-me no tempo,

Mas em tempos infantis,

Pois possuo sempre saber suficiente

Para me recortar da branca desorientação

E regressar aos mapas dos nomes

E dos sinais.

 

Nuno Rocha Morais

 


 

 


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