domingo, 15 de setembro de 2024

 

Às vezes, queria traçar o percurso

De estar perdido de qualquer saber,

De já não nomear nada a partir do que sei,

Fixar a têmpora da manhã

E não reconhecer, de ignorar

Todos os gritos dos mudos sinais,

Apagar mapas, dissolver álgebras,

Partir leis contra a ignorância

Ou contra o exótico assombro

De uma excepção, de um descaminho.

 

Às vezes, perco-me,

Longe da pauta dos passos,

Apenas regido pelo êxtase desesperado

De estar perdido.

Às vezes, perco-me no tempo,

Mas em tempos infantis,

Pois possuo sempre saber suficiente

Para me recortar da branca desorientação

E regressar aos mapas dos nomes

E dos sinais.

 

Nuno Rocha Morais

 


 

 


domingo, 8 de setembro de 2024

Serenata


 

Uma saudade prisioneira

Numa guitarra,

Subindo pela encosta

Da noite negra,

Subindo como um perfume,

Um momento.

 

Uma saudade 

Que brota da guitarra

E em mim se confunde

Com a tua imagem.

 

Nas águas da guitarra,

A saudade

É o teu reflexo.


Nuno Rocha Morais

domingo, 1 de setembro de 2024

A incidência 
Da coincidência

O impacto

Do acto

O certo
Do que não ‘stá perto

Sol esbatido

Por detrás do vidro

É quando sou fraco

Que procuro ser opaco 


Nuno Rocha Morais

  Às vezes, queria traçar o percurso De estar perdido de qualquer saber, De já não nomear nada a partir d...