A equilibrar-me no silêncio.
Depois, apagarei tudo quanto for sagrado,
Porque nada pode ser sagrado,
Pedirei vento para apagar círios
E pedras para apagar pálpebras
Embriagadas de fé sem razão.
Caminharei, em seguida, junto à praia,
Aprenderei a construção do fogo
Que o mar traz no seio do seu sal,
O fogo na boca, sobretudo na boca.
Irei depois para ti,
Com o meu nome quase vulto,
A carícia quase rumor
E a voz uma noite escuríssima,
Com a lua obnubilada.
Envolto em tanta treva,
Iluminarei, então, toda a nudez oculta.
Nuno Rocha Morais
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