Misturam-se os corpos, não se misturam as vidas.
A tensão dos segredos,
A resistência das ânsias
Que, lucífugas, se refugiam
Na superior distância da inexpressividade,
Um autismo urbano.
O corpo a corpo da indiferença,
A força que atrai cada um
Para dentro do seu próprio mundo.
Um homem carregado de embrulhos
Risonhos em cores berrantes;
Uma mulher que espreita a aranha de um relógio;
Cada um enfrenta sozinho a sua vida
Sem descobrir gente dentro dos corpos
Que o rodeiam;
Ninguém olha cada pessoa como merece
Quem olha as pessoas?
Nuno Rocha Morais
Sem comentários:
Enviar um comentário