sexta-feira, 26 de agosto de 2022

É por causa dos anéis que os dedos se julgam reais –

E é a oposição entre a luz dentro

E a escuridão fora que dá consistência

Ao interior, diluindo o exterior?

O lugar é uma conjectura incongruente

E o que é que realmente nos torna reais:

Uma dívida, um número de telefone,

O nome de uma lápide?

A irrealidade irá dar o assalto final,

Baralhar interior e exterior,

Num roque inesperado,

Tudo nos consome, mas na realidade

O que é que nos consuma?


                                Nuno Rocha Morais

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