É por causa dos anéis que os dedos se julgam reais –
E é a oposição entre a luz dentro
E a escuridão fora que dá consistência
Ao interior, diluindo o exterior?
O lugar é uma conjectura incongruente
E o que é que realmente nos torna reais:
Uma dívida, um número de telefone,
O nome de uma lápide?
A irrealidade irá dar o assalto final,
Baralhar interior e exterior,
Num roque inesperado,
Tudo nos consome, mas na realidade
O que é que nos consuma?
Nuno Rocha Morais
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