Os russos chegaram a meio da tarde:
Pouca gente havia para libertar.
Mas o horror que pairava, demo,
Esse foi libertado e condensa-se,
Como uma monção de pestilência,
Sobre as nossas almas.
Algo de nós não pôde nascer,
Algo nunca mais poderá florir:
O horror encarcerado na memória,
Prolongando os gritos, o terror,
E, pior do que tudo,
O silêncio, o silêncio.
Anjo negro esvoaçando
Com as cinzas, o esconde.
Não o esqueçam, não o esqueçam.
Nuno Rocha Morais (Galeria)
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