quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

50 anos da Libertação de Auschwitz / Birkenau (27 de janeiro de 1995)



Os russos chegaram a meio da tarde: 
Pouca gente havia para libertar.
Mas o horror que pairava, demo, 

Esse foi libertado e condensa-se,
Como uma monção de pestilência,
Sobre as nossas almas.
Algo de nós não pôde nascer, 
Algo nunca mais poderá florir:
O horror encarcerado na memória, 

Prolongando os gritos, o terror,
E, pior do que tudo,
O silêncio, o silêncio.
Anjo negro esvoaçando
Com as cinzas, o esconde.
Não o esqueçam, não o esqueçam. 


Nuno Rocha Morais (Galeria)

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