sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

São cinco horas da tarde, já caiu
A pesada noite de Dezembro
E há no frio uma avidez
De matança dos inocentes.
O trânsito esbraceja, corre, brama.
Na margem da avenida, uma mulher
Espera que o sinal mude.
Há-de esperar muito, muito tempo,
Por essa espécie de anunciação verde.
Ao colo traz uma criança que dorme.
Parece muito cansada,
Como quem regressasse do Egipto,
Mas talvez seja só de um dia de trabalho
Teoricamente, é um menino,
Mas também nisso a tradição
Pode estar enganada.

Nuno Rocha Morais

(Poema de Natal do Nuno para os seguidores deste blogue)

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