domingo, 12 de maio de 2019

















À minha Inglaterra chega-se num verso de Larkin
E a primeira coisa que se vê,
Ainda antes das falésias brancas de Dover
É a rapariga de Cambridge de Ruy Belo.
E a graça dos seus gestos,
Semelhantes aos de Turner —
Leves e cristalizados nas telas,
E o seu canto, o seu inglês
Reverdecem os prados onde o verde
Apodrece em charcos de cinzento
E as cidades vão obscurecendo a luz
E a morte cresce nos dias.
Não procuro a melhor parte de mim
Para a rapariga de Cambridge em inglês:
Serão bastantes um olhar e um silêncio em português.


Nuno Rocha Morais (GALERIA -2016)

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