Esta
noite, o céu é seara
Onde a lua traça um rútilo
sorriso.
Esta noite, abre-se o
fresco pórtico
Para o poema puro e
perfeito.
O poema é esta noite.
Tudo esta noite sabe a
início.
Ao longe, ouve-se um
rumor de um mar,
O mar da máquina. Rumor
longínquo.
Perto, está apenas a
noite
Sedosa, macia, morna,
meiga.
As estrelas são espigas
de luz.
Esta noite todos somos
Janelas abertas para a
noite,
Janelas respirando o
Estio tranquilo.
A noite não é de mágoa:
Passa a sua mão fresca
Sobre a testa febril da
alma.
O afago azul é, hoje,
A cor da infância.
Nuno Rocha Morais
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