domingo, 17 de junho de 2018


Esta noite, o céu é seara
Onde a lua traça um rútilo sorriso.
Esta noite, abre-se o fresco pórtico
Para o poema puro e perfeito.
O poema é esta noite.
Tudo esta noite sabe a início.
Ao longe, ouve-se um rumor de um mar,
O mar da máquina. Rumor longínquo.
Perto, está apenas a noite
Sedosa, macia, morna, meiga.
As estrelas são espigas de luz.
Esta noite todos somos
Janelas abertas para a noite,
Janelas respirando o Estio tranquilo.
A noite não é de mágoa:
Passa a sua mão fresca
Sobre a testa febril da alma.
O afago azul é, hoje,
A cor da infância.

Nuno Rocha Morais

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