Que a tua memória seja
longa,
E não te reconheças em
nenhum
Dos outros que foste e
em ti apagaste.
Memória longa para
saberes
Onde se encontram
perdidas as coisas,
As pessoas, os lugares,
E então talvez as
causas aceitem revelar-se,
Personagens na sombra
que abandonam o disfarce
Porque nada mais pode a
memória
Senão murmurar-te que
viver
É desencontrar.
Que seja longa e labiríntica:
O fogo sem chamas
reminiscente
O que te espera é isso,
Uma longa conversa com
a memória.
Nuno Rocha Morais
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