sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Transição


Restará apenas escrever
A epopeia das galinhas brancas,
De como regressaram,
Vagamente ridículas,
Ao seu ovo no poente.
Talvez se julgassem eleitas.
Com um estrondo de pórtico,
Já cai de bronze, ao som do gongo,
O ponto final, presente de grego.
Restará apenas esburgar
Quanto foram de mofineza
Ou salvação
E se houve algo mais
Do que um estúpido estourar
De gente estúpida:
A fartar, vilanagem.
Por certo contarão as suas traições,
Entre o remorso e a vanglória
Enquanto miram, suspirosas,

O império empalhado a um canto da sala.



Nuno Rocha Morais




Sem comentários:

Enviar um comentário

Deram-nos uma liberdade de cravos Desenterrada dos mais sombrios tempos – Crónica da memória – Liberdade pisada, amarfanhada Nas profundezas...