Com que pressa comecei então
A sair de toda a parte,
A extinguir, um por um,
Todos os meus amigos.
Agora, não tenho ninguém
Senão os meus mortos,
Que me trazem a sua lenta solidão.
Toda a memória se satura
Com imagens tuas –
O modo veloz como viravas costas –
E sucumbe ainda à tua pressa abrasiva
Que calcinou todos os nossos segredos.
Mas já não há pressa:
Qualquer tempo, todo o tempo,
É inútil recuperar
A vida que perdemos.
Nuno Rocha Morais
Sem comentários:
Enviar um comentário