E sinos de narrativas tímidas,
Fulgentes aos sentidos insensíveis.
A noite atenta na gaguez das ondas
E o sal traz pequenas garrafas de mistérios,
As algas albergam enigmas.
Nos rostos dobrados, rostos duplos,
Que urge domar,
Nos objectos, uma vida imóvel,
Mais uma vida escrita com pó.
O poeta tem de ouvir,
Decantar cada coisa no silêncio
E depois cantar,
Tecer metáforas
Como quem tece janelas,
Como quem ergue a paisagem
Onde a luz é um enigma.
Nuno Rocha Morais
Poemas dos Dias (2022)
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