sexta-feira, 27 de julho de 2018

Entretanto as agendas vão-se juncando
De números de telefone que já não existem,
Náufragos sem nome e sem substância,
Dessorados por anos de mar,
Trazidos por uma maré inútil.
De nada serve esta trama frágil,
Que nos une a outras vidas.
A voz é mais funâmbula do que nunca
Nessas noites em que se repara num nome,
Que adquire um halo, intensidade,
Movimento súbito, velocidade
Em águas algures paradas,
Um acesso súbito de vida,
Logo estancado por um número sem saída.

Nuno Rocha Morais

Sem comentários:

Enviar um comentário

A minha voz pode esquecer-te, Mas não o meu silêncio. De sofrer por ti fiz a minha casa – O escárnio e o absurdo Passam sempre, por mais que...