domingo, 31 de janeiro de 2016

Da doçura na boca.
O fim último da terra
É a criação desta espécie de anjo
Que voga na boca
Anunciando o seu amor,
Um amor tão diverso
Em intensidade, tom,
Cor, forma, mas o mesmo amor
Reconhecível no sabor de cada fruto.
A cada fruto sei que terra piso,
O solo, o peso e a intensidade do sol
Que sobre ela houve em cada dia
Como a doçura destes frutos
Sempre soube de mim,
Embora nada soubesse de consciência.
E entrego-me ao crescendo de doçura
Da maçã, da cereja, do figo,
E sei que reconhecer esta doçura
É saber que estes frutos me conhecem,
Que nada há em mim que não esteja neles.

Nuno Rocha Morais

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