domingo, 23 de novembro de 2014

Afinal, morre-se, mãe
E o teu ventre já não pode prometer nada.
Noite após noite, os olhos,
Os meus e os teus,
Apagam-se um pouco mais.
Afinal, morre-se sem um crime,
Pode-se morrer puramente,
Morre-se sempre, mãe.
Só o teu ventre não acredita nisso.
Eu queria morrer ao teu lado,
Porque, afinal, morre-se, mãe.
Morrer, ao teu lado, não teria significado algum;
Como morre alguém perante o lugar de nascer,
Perante a idade de que se emergiu?
Mas, afinal, morre-se
E morrer é estar de novo ao teu lado,
Mais – envolvido no teu ventre
Que afasta o tempo e a morte
De quem se prepara para nascer.




Nuno Rocha Morais

1 comentário:


  1. Infine, si muore, mamma

    Infine, si muore, mamma
    E il tuo ventre ormai non può prometter nulla.
    Notte dopo notte, gli occhi,
    I miei e i tuoi,
    Si spengono un po’ di più.
    Infine, si muore senza un delitto,
    Si può morire tout court,
    Si muore sempre, mamma.
    Solo il tuo ventre non ci crede.
    Io vorrei morire al tuo fianco,
    Perché, infine, si muore, mamma.
    Morire, al tuo fianco, non avrebbe alcun senso;
    Com’è che uno muore davanti al posto dov’è nato,
    Davanti all’età da cui è emerso?
    Ma, infine, si muore
    E morire è starti di nuovo accanto,
    Non solo – ravvolto nel tuo ventre
    Che respinge il tempo e la morte
    Di chi si prepara a nascere.

    (Tradução italiana de Manuela Colombo)

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