A terra que existe no mar:
Para, como as baleias, virem morrer
Nas ternas praias que a elas se estendem,
As ondas que, na ira do amor,
Explodem contra falésias e recifes.
Nuno Rocha Morais
Para, como as baleias, virem morrer
Nas ternas praias que a elas se estendem,
As ondas que, na ira do amor,
Explodem contra falésias e recifes.
Nuno Rocha Morais
Ó Natureza onde a alma
Já não é ponto isolado,
Rodeado por silêncios ignaros,
Ó Natureza, também eu
Recebo a fertilidade que a ti desce,
Vinda dos ventres das estações,
Também eu venço estios e invernias,
Também me desfolho e enfloro.
Sou natureza, ó Natureza,
E dentro da estação que sou
O ciclo das estações.
Nuno Rocha Morais
Outrora, quando o tempo
Do sonho e da realidade,
Acreditava-se que o homem poderia
Ser fiel, mas como,
Se dentro de si próprio
O homem possui inúmeros senhores?
A quem ser fiel?
Ao feudalismo do coração,
Ao imperialismo da razão,
Ao consumismo da experiência?
Nuno Rocha Morais
Não há um mesmo chão
Para cada um de nós;Há um, de forma diversa,
Para cada um de nós,
Cujo reflexo da gravidade
É o seu peso no pensar,
No sentir, no imaginar,
Mediante as elevações que concede.
Pelo amor, um e outro chão
Nivelam-se,
E um guia o outro no chão de cada um:
Apenas o amor é chão neutro
E partilhado e nesse chão
Os dois chãos se comungam
Tornando-se amor.
Nuno Rocha Morais
Olha para além de mim Através de mim E leva-me no olhar Para onde olhares. Depois onde os teus olhos Se semeiam, criam-me: Aí ficará a árvor...