sábado, 5 de janeiro de 2019

Eu sei que não há rostos eternamente rectos,
Rostos eternamente planos,
Que lentamente o tempo deixa os seus sulcos,
Curvas das mágoas,
Certezas de paisagens esvaídas, concluídas;
Eu sei que todos os rostos
São meteoros sobre a matéria da pele,
Que a fonte das feições é fugaz;
E sei que lamentar o acaso do rosto
É absurdo, pois que no rosto envelhecido
É outro o desembarque da juventude.

Nuno Rocha Morais

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