As fábulas tornam-se finas,
As histórias desdentadas
E as palavras atingiram o cume do rosto,
O vento semeou nelas o canibalismo.
A palavra mínima
Alberga nos seus desvãos um “tsunami”.
Nuno Rocha Morais
Fiz de perder-te um jogo,
Uma construção abstracta
Cujo governo uma parte de mim
Recusou e combateu.
Os dois partidos travaram
Uma sangrenta e confusa batalha,
Retiraram-se e ambos
Proclamaram a vitória,
Chorando em segredo a derrota
Neste amor sem quartel.
Nuno Rocha Morais
O vento range memórias de amarras
E o sal traça o odor de epopeias marítimas.
As ondas que desmaiam na praia
Guardaram o som das bombardas,
O seu arder, o seu alarde.
Gaivotas com corpos de nuvem
Repetem gritos de alvas velhas velas.
As rochas, primeiro erguer
Da pátria no horizonte
Conservam ainda o ancestral sonho,
Estendem os braços verdes para o mar,
Apontam ainda o rumo.
Nuno Rocha Morais
De porto em porto, O cabelo amadurece. As fábulas tornam-se finas, As histórias desdentadas E as palavras atingiram o cume do rosto, O vento...